
A crise migratória provocada pela situação na Venezuela nos últimos sete anos facilitou a entrada e consolidação da facção criminosa Tren de Aragua em Roraima, que recebe grande número de refugiados venezuelanos.
O grupo, que hoje é o maior do crime organizado venezuelano, controla o tráfico de drogas, prostituição e atua em diversos homicídios contra a própria população migrante. Em 2020, um adolescente venezuelano foi brutalmente assassinado em Boa Vista, crime que pode estar ligado à facção. Em 2024, um cemitério clandestino com nove corpos venezuelanos foi descoberto na capital.
Segundo o delegado Wesley Costa de Oliveira, a falta de um sistema eficaz para checagem de antecedentes criminais dos migrantes permitiu que membros da facção “renascessem” no Brasil, dificultando o combate à criminalidade. A facção utiliza a fronteira de Pacaraima para contrabando de drogas e armas, abastecendo grupos criminosos brasileiros como PCC e CV, e influencia garimpos ilegais na região.
Prisões recentes em Roraima, como a dos irmãos Cabrera, demonstram que o Tren de Aragua está profundamente enraizado no Estado, representando um desafio para segurança pública e para a integração dos refugiados venezuelanos.
Com informações da Folha de São Paulo