Lideranças apontam negligência na gestão do Dsei; ministério contesta acusações – Foto: Divulgação/Ministério da Saúde

Lideranças Yanomami e Ye’kwana encaminharam carta ao governo federal com duras críticas à condução da política de saúde na Terra Indígena. Eles afirmam que a coordenação local do Dsei perdeu autonomia nas contratações e que não há transparência na gestão, tampouco dados sobre avaliação dos profissionais ou planejamento de obras de infraestrutura.

A carta menciona o abandono da obra da Casai-YY em Boa Vista, o atraso na entrega do centro de saúde em Surucucu e a não implementação de diretrizes para enfrentamento à contaminação por mercúrio.

Os indígenas também alertam para o domínio da Voare Táxi Aéreo no transporte de insumos e remoções médicas. A empresa pertence à deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR) e a seu marido, Renildo Evangelista Lima, ambos alvos da operação Caixa Preta da Polícia Federal por suspeitas de crimes eleitorais no Estado.

A empresa teria aplicado multas ao Dsei-YY por atrasos nos repasses, e obteve parte dos R$ 271 milhões recebidos em contratos via dispensa de licitação.

O Ministério da Saúde, por sua vez, afirma que os processos seguem determinações legais e são conduzidos em diálogo com lideranças indígenas e representantes locais.

Com informações do Metrópoles